segunda-feira, 16 de abril de 2007

(Fragmentos da Menina da Lancheirinha) Imagens e Perguntas


Sim, para mim, nessa época tudo era interessante, me entregava por inteiro a cada nova pequena descoberta, cada objeto, história, bicho, inseto, som. Toda impressão me impregnava, algumas apenas passavam. Eram entendidas mas por não fazer parte dos elementos que eu julgava imprescindíveis deixava-as ir. Outras me cativavam a tal ponto que entraram e se juntaram ao ser que eu era, para como pequenas sementes, crescerem em meu jovem e fértil terreno interno. Dessas coisas, essas, que nos cativam ao primeiro encontro posso definir; os livros e suas imagens, um gravador com cassete, "a vitrola nova", papel e lápis, e a mais fascinante, e relevante; “perguntar”.
Eu não sabia ficar sem respostas, nunca soube, perguntava sobre coisas, histórias e pessoas, e ia gravando tudo em minha mente. Tenho em mim, cada história intensa, ou banal que ficaram marcadas no meu imenso banco de dados.
Mais tarde, principalmente depois da tragédia, minhas perguntas foram ficando mais constantes, mais intimistas, mais insistentes, aflitas...Queria saber, necessitava saber, o que as pessoas pensavam de mim... Isso é peso demais pra uma criança; foi o primeiro abuso que a tragédia me causou...

(Logo mais essa minha obsessão, vai mostrar sua origem, e tudo vai parecer muito claro, tudo é claro meu amor... Tudo! )

Um comentário:

Vivian Guilhem disse...

A sua história é mágica meu amor! E seu livro é maravilhoso!!! Quero logo vê-lo editado!
Você nasceu pra escrever!!!
Amo vc!!!
Beijossss