sábado, 23 de junho de 2007

Portal

Você é o Portal por onde entrei
E entre tantas fantasias que encontrei
Estava em você o Sorriso do Gato de Lewis
A esperteza da Raposa de Esopo
De Zéfiro o Doce Sopro
O charme hedonista de Wilde
De Fawcett, o Eldorado.
Da erva de Carlos...O efeito.
Pequena Sereia, de Andersen...
Da princesa e a ervilha, o Leito.
De Lorca o Duende Gitano
Loucura sã de Dionísio
De Rosa, a terceira margem do rio...
De Homero, Helena de Tróia.
Das Moiras, precioso Fio
De Borges o Aleph “polividente”
De Shiva, “kundalinica” serpente...
Lucíola de Alencar
De Verne, misterioso mar...
Dreamland de Poe
Pasargada de Manoel
O Vinho do crânio de Byron
De Epicuro o Jardim
De Bosch as Delícias
Santa Teresa de Deus
Lágrimas dos olhos meus...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Hipogrifo



As formas, não me interessam mais!
Sou aquilo que você vê dentro do caleidoscópio.
Cones ovais, losangos destroçados.
Trapézios interceptados por círculos quadrados.

"Espelhos quebrados..."

Meu coração tem a porta de um poço...
Não abra jamais!

Dentro dele adormece um hipogrifo.
Cavalo com asas de águia, o grifo e a égua.
Trégua ou entrega, sem opção.
Sou eu a Senhora da Besta.
Quando te amei o feto brotou-me no coração.

Vem que ele esta por rebentar-me!
Vem cavalgar em nossa cria!
Vem criar o que sonhamos!
Quantos planos, quantos planos...
‘Inda é cedo, ouça a madrugada...
E as fadas, e as fadas!

Venha agora ou não venha nunca mais
Meu coração tem a porta de um poço
Não abra então, não mais...
Sem você será jazigo de um sonho.
Hipogrifo algum despertará jamais.
Voar...Sonhar, viver...
Jamais...
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A COMUNIDADE POETA UM ETERNO APRENDIZ AGRADECE A TODOS OS PARTICIPANTES DO 3º CONCURSO DE POESIAS E CONCEDE O DEVIDO MÉRITO AO VENCEDOR : Hipogrifo-Heloisa Galvez

terça-feira, 19 de junho de 2007

O Passado não Passa


O passado não passa.
Lembranças criam pernas e correm atrás de mim.
Boas, más; lembranças...
Desfaço do meu presente, o passado é onisciente.
Onipotente, "oni-presente".

O presente é açoitado.
Esquecido entre fatos que vagam na mente.
Arrancado de mim, como se arranca um jasmim.
O presente não brota, é um broto natimorto.
O passado serpente vem de repente e me enterra.

Estou soterrada de recordações.
Pás de terra sobre mim são momentos que vivi.
Vermes imateriais comem o agora.
O presente não vivido, ao chorar já é passado.
As serpentes na mente, prendem o livre-arbítrio da hora.

Da canoa furada, vivo a tirar baldes de água.
Não navego, deságuo.
Não sinto o vento no rosto, sou o que aconteceu.
De tentar tirar lembranças da canoa.
Viro Sísifo, viro Tântalo, viro Prometeu.

Lembranças tantas...