terça-feira, 19 de junho de 2007

O Passado não Passa


O passado não passa.
Lembranças criam pernas e correm atrás de mim.
Boas, más; lembranças...
Desfaço do meu presente, o passado é onisciente.
Onipotente, "oni-presente".

O presente é açoitado.
Esquecido entre fatos que vagam na mente.
Arrancado de mim, como se arranca um jasmim.
O presente não brota, é um broto natimorto.
O passado serpente vem de repente e me enterra.

Estou soterrada de recordações.
Pás de terra sobre mim são momentos que vivi.
Vermes imateriais comem o agora.
O presente não vivido, ao chorar já é passado.
As serpentes na mente, prendem o livre-arbítrio da hora.

Da canoa furada, vivo a tirar baldes de água.
Não navego, deságuo.
Não sinto o vento no rosto, sou o que aconteceu.
De tentar tirar lembranças da canoa.
Viro Sísifo, viro Tântalo, viro Prometeu.

Lembranças tantas...

3 comentários:

Unknown disse...

Linda e profunda poesia..faça uma sobre o futuro...adoro o futuro..acho q é por isso q adoro uma vidente...rss..

Unknown disse...

Modo Doce, Helo, de falar sobre um Presente Amargo.

Feliz novamente em ver este teu alçar de vôo poético, assim como um diamante multi- facetado, mente voltada para vários ângulos, e a cada um, uma nova mulher.

PARABÉNS!

Unknown disse...

Assim como um diamante mulit-facetado, eis que uma nova faceta brilha mais, mostrando de um ângulo único e em forma poética - O Passado não Passa. Doce forma de mostrar um Presente Amargo.

Uma vez mais, aplausos!