sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Meu Estribilho

Foi a terra que tremeu?
Não amor, fui eu!
O dia escureceu?
Não amor, fui eu...
O sol perdeu o brilho?
Não amor
O sol sem brilho
É só meu estribilho

Sol sem brilho
Sol sem brilho

A primavera desandou?
Não amor, meu inverno a matou.
O céu perdeu o azul?
Não, esse é o reflexo de minh’alma!
Mil matizes de cinza
Mil cinzas sem calma
Que giram como moscas
Sobre a carne putrefata
Da menina que mamou
Seu farto leite de fada
E morreu do veneno posto
Que sempre serve ao gosto
De quem pensa ser amada...

Um Vulto Teu





Dentro dos meus olhos
Habita um vulto teu
Embaçado pelo tempo
Impune
Ao esquecimento

Dentro dos meus olhos
Existe um livro teu;
Poesias, desenhos e prosas
Nele vejo e revejo
Histórias que foram nossas

Dentro dos meus olhos
Há uma lagoa em teu nome
Nela jazem afogadas lembranças
Pinturas borradas
Pela desesperança

Dentro dos meus olhos
Habita um vulto teu
Dos teus traços, uma escultura.
E a cegueira eterna
Que nasceu da falta tua
Dos abraços, noites, beijos...

Do nada que enxergo agora;
Somente a ti, vejo...


quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Internos Diários

O caldo quente que jorra
Do vesgo dos meus olhos
Neste lamento
Tu não vês agora,
Estão cá dentro.
Jorram ao contrário
Molhando minhas entranhas
E internos diários...