sexta-feira, 25 de maio de 2007

VV

Amor, amor meu...
pedacinho...
que editar, que nada...
a saudade está nessa tela...
imensa, azul como seus olhos...
imensa e azul como a terra...
amor, pedacinho, cadê?
não quero fazer poesia..
não quero rimas, nem boas palavras
só quero você...

Holandês Voador


Holandês Voador
Navio fantasma do mal
Voador, não sei quem diz
É pelos oceanos que vaga
E vagará eternamente
Tripulação fantasma
Aparece de repente
Bernard e sua gente
Atacam como serpente
O bom de se estar morto
É não ter medo de morrer
Penso ser uma pantomima
Da minha própria vida
Terra a vista jamais,
Jamais porto, jamais cais
Quebrei também as regras
Joguei dados com demônios
E trapaceei...
Da gávea só o oceano e o além
Porventura um outro navio,
Diversão da solidão
Naufragar este também...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Epilepsia (Fragmentos da M. da Lancheirinha)


Bom aqui deu “um tilt”

Estou há 2 dias sem escrever amor, me deu um “tilt”, comecei a ler sobre epilepsia, sobre Jung, sobre Adler, Freud, entre outros...Fui conversar com um amigo psicanalista, enfim, uma epopéia atrás dessa “anomalia” que chamam epilepsia. Descobri muitas coisas, coisas sobre a “própria” e outras coisas também, as “também” foram as mais importantes.
Sobre a epilepsia descobri correlações fascinantes, como grandes personagens históricos que sofreram desse “mal” .
Dentro da medicina é somente uma patologia derivada de inúmeros problemas cerebrais, como traumatismos cranianos, choque elétrico, abuso de cocaína, etc...
Dentro da concepção cristã, era uma possessão. Um espírito maligno “entrava” na criatura e a fazia, espumar, cair no chão, gemer, falar coisas sem nexo...Enfim era sempre necessário o chamado de um padre exorcista para arrancar o demônio.

Na visão coordenada, entre a filosofia e a ciência moderna mais sensorial, a epilepsia é ainda um enigma.

Interessante como quando não se tem respostas é fácil inventar uma. E quando se têm muitas, se torna quase impossível descobrir a certa.

Bem, dentro de tudo que pude pesquisar, dentro do que minha intuição buscava, encontrei muitas vertentes, mas não me cabe resolver o enigma. Só acalmar minha alma com alguns resultados interessantes, ou perturbá-la ainda mais; o que era na verdade a intenção, mas disso eu não sabia.


Santa Teresa de Ávila (a ébria de Deus, como é chamada) era epilética, fiquei pasma!


Você sabe das visões que ela teve, no meio de seus “delírios” como a de um anjo transpassando seu coração com uma flecha, mostrando nesse momento que deveria sair de sua omissão e começar sua missão!

Foi a partir de então que realmente incorporou a mulher “santa”, fez seus votos de pobreza e correu Espanha afora, erguendo mosteiros em nome da nova ordem que criara,(Carmelitas Descalças) seguindo os desígnios de Jesus, sim, das longas conversas que ambos tiveram, segundo ela... Amor, escrever “segundo ela” já mostra a mim, minha indagação quanto a este mito....
A pergunta é; existem seres tão sensíveis quanto ela, que de tal iluminação, encontram seu verdadeiro caminho, sua “Grande Obra’ através de ataques que nessa divagação nada mais são que outro nome para big-bang, metanóia, iluminação, individuação?
Ou será que a dor advinda desses ataques, os deixa realmente loucos, e como tábua de salvação encontram (são encontrados) por uma força intensa do inconsciente, que os foca em algo de muito grande, transformando assim essa loucura em algo realmente edificante?

Ora, se acima não escrevi a mesma coisa de maneiras diferentes!

-Perdão Santa Teresa, se já te amava, agora então....

Ordinário


As coisas ordinárias sempre me pareceram ordinárias, chamo de ordinário, as coisas comuns, como uma gaveta arrumada, uma mulher só bonita, um homem machista, TV ligada durante o dia, fazer o mesmo todo dia, rir de uma piada besta pra agradar o locutor, adorar uma tragédia, usar roupas da moda, trabalhar o dia todo e não ficar rico nunca. Ah...Mas são tantas coisas ordinárias nessa vida que muitas vezes me pergunto o que estou fazendo por aqui. Fazer supermercado e olhar os precinhos de cada produto me causa ânsia., não porque eu possa comprar tudo, porque não posso, mas causa. Almoçar no mesmo horário e temperar uma salada me desespera, ter que arrumar a cama, pegar ônibus, por pijama. E guarda-chuva então. Não há nada que me irrite mais que pessoas que têm o costume de usar guarda-chuva. Tomar chuva é tão bom, não é ordinário. Ordinário é ler “o segredo” e achar que agora a vida vai mudar. Ordinário é reclamar de todo mundo, quando a gente que tem que mudar. Ordinário é sonhar e não buscar, é amar e não roubar um beijo, é viver na laje da vida e nunca saltar. Ordinário é não chegar no mar, por nojo da areia, é não acreditar em saci nem em sereia, é rir da desgraça alheia. Ordinário é seguir o rebanho, ficar em fila de banco, nunca ter dado barraco na rua, ordinário é fazer deposito na reza, é palitar os dentes na mesa, ordinário é não saber amar como se deve, nunca cometer loucuras obscenas, ordinário é ser sempre platéia. Ordinário é ficar velho sem ter histórias pra contar, não meia dúzia, mas centenas, porque a vida só não é ordinária, quando a gente fala o que pensa, e isso causa tanta fúria por aí, que ah, como vale a pena...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Beijo

Me chamaram pra um lugar,
Que tem gosto de beijo na boca
Ali não hei de entrar,não hei de estar
Se não for pra ficar louca.

Me chamaram prum lugar
Que lembra vinho e risada
Lembra aquilo que fui
Quando estava fora da estrada

E agora não sei se vou,
Esse lugar é tudo que eu era,
E agora já não sou,
O problema é que o gosto do beijo ficou...

Então tô assim, assim
Pensando em me dar asa,
E esquecer que a boca beija,
Ou deixar a boca em casa.