quarta-feira, 11 de julho de 2007

Nascida Verme





Nascida verme plantei-me no lombo da vaca
Buraquei-me e cresci, cresci...
Moscas...
A cortejar-me
Moscas como companhia
Moscas, noite dia.
E a vaca me alimentando
Sangue, sangue.
Ninguém me viu
Até que engoli a vaca
Cruzei com o touro
Pari um ser torto
Semimorto
Que comi.
Nascida verme,
Avermelhei
O pasto e montes
Fiz rubro o horizonte
E morri no heróico laço
Do chefe do cangaço
Sou lenda na fazenda
Na cidade, mundo afora.
Nascida verme
Avermelhei o milharal
Os campos, cafezais.
Fiz de mim, ser imortal...
Berne, verme,

Feio?
Verme?
Nojo?

Só quem já nasceu verme,
Pode sentir,
Ah humanos!
Pobres...
Explicam dos seres a vadia existência
Sem viver a experiência
Sem jamais sentir o cerne
De um ser nascido verme...



4 comentários:

Unknown disse...

Muito interessante, forte e profunda! Parabéns!

Camila Cobucci disse...

se trnasformou b pra ser verme. sentiu ..entreteu o seu verme.

amote

Anônimo disse...

Gostaria de sentir mais paixão nas suas palavras, mas gostei muito.

Também escrevo com um pouco mais de paixão, talvez!!!

Vytor Maya

Anônimo disse...

Seu verme agradece!
rsrsrs
Parabéns amor!