Cortei profundo um pedaço da minha pele.
O sangue aprisionado em mim, fez esse pedido.
Antes expulsei do corpo qualquer fibrina; plaquetas, leucócitos e hamáceas.
Perigosos armistícios coaguladores poderiam ser engendrados agora.
O sangue tinha que vir..
Quando senti o sangue escorrendo, chamei todos meus sentidos.
Cada um explicou como via esse movimento.
A Visão muito objetiva, disse racionalmente:
“A visão que tive no primeiro instante do esparramar do sangue é que ele era de um vermelho brilhante. A visão que tive momentos depois foi de uma outra cor escura misturando-se ao vermelho.Meu olhar final, constatou a total ausência do vermelho,
já não era mais sangue enfim. Era só um liquido pesado, cor de nanquim.
O Olfato foi o segundo:
“O que senti no primeiro momento foi um aroma de sangue natural, um aroma forte e vivo.
No momento seguinte senti cheiro de água estagnada, um cheiro dividido entre o acre e o doce. Senti por fim, um cheiro de algo putrificado, um cheiro de incineração, de água parada, o aroma do sangue se esvaiu, ficou somente o cheiro podre de um rio.
O Paladar veio em seguida:
“Quando o sangue começou a jorrar, coloquei meu palato ali, senti um gosto seleto, de sangue fresco e correto.No instante da segunda degustação, senti um gosto de fel, aos poucos se misturando. Quando já muito enjoado, tentei provar mais sereno, o que senti foi um gosto de veneno”
A Audição mais sensível, expôs sua tese baseada em sons invisíveis só inteligíveis por ela:
“À primeira explosão do sangue, ouvi gritos aliviados, percebi a velocidade, porque ouvi a agitação. O segunda murmúrio que ouvi foi de imenso pesar, ouvi choros e lamentos conformados.O que ouvi ao final eram berros e sons de desespero, de despejo, de fúnebre cortejo.
Não entendi tanta erudição, esqueci o “tato” e chamei meu melhor sentido; a Intuição.
Ela explicou assim:
“O corte eu mesma fiz, ele era o passaporte...”.
O sangue que veio primeiro foi seu sangue saudável, porém já corrompido pelas células negras, implantadas em você por “algo desconhecido”
As células estavam pelo corpo todo, quando as obriguei a entrar na corrente sangüínea, se sentiram ultrajadas, mas foram sem muita luta, eram aquelas mais fracas.
As que estavam em sua mente e em seu coração, estavam em total apego, gritavam desesperadas , tive que arranca-las à faca, fugiram todas decepadas por suas veias,
e estão agora, do lado de lá.”
A intuição foi até a geladeira e me trouxe um suco de laranja.
Beba isso todos os dias, um novo sangue está brotando.
Olhei para meu corte: coagulando...
O sangue aprisionado em mim, fez esse pedido.
Antes expulsei do corpo qualquer fibrina; plaquetas, leucócitos e hamáceas.
Perigosos armistícios coaguladores poderiam ser engendrados agora.
O sangue tinha que vir..
Quando senti o sangue escorrendo, chamei todos meus sentidos.
Cada um explicou como via esse movimento.
A Visão muito objetiva, disse racionalmente:
“A visão que tive no primeiro instante do esparramar do sangue é que ele era de um vermelho brilhante. A visão que tive momentos depois foi de uma outra cor escura misturando-se ao vermelho.Meu olhar final, constatou a total ausência do vermelho,
já não era mais sangue enfim. Era só um liquido pesado, cor de nanquim.
O Olfato foi o segundo:
“O que senti no primeiro momento foi um aroma de sangue natural, um aroma forte e vivo.
No momento seguinte senti cheiro de água estagnada, um cheiro dividido entre o acre e o doce. Senti por fim, um cheiro de algo putrificado, um cheiro de incineração, de água parada, o aroma do sangue se esvaiu, ficou somente o cheiro podre de um rio.
O Paladar veio em seguida:
“Quando o sangue começou a jorrar, coloquei meu palato ali, senti um gosto seleto, de sangue fresco e correto.No instante da segunda degustação, senti um gosto de fel, aos poucos se misturando. Quando já muito enjoado, tentei provar mais sereno, o que senti foi um gosto de veneno”
A Audição mais sensível, expôs sua tese baseada em sons invisíveis só inteligíveis por ela:
“À primeira explosão do sangue, ouvi gritos aliviados, percebi a velocidade, porque ouvi a agitação. O segunda murmúrio que ouvi foi de imenso pesar, ouvi choros e lamentos conformados.O que ouvi ao final eram berros e sons de desespero, de despejo, de fúnebre cortejo.
Não entendi tanta erudição, esqueci o “tato” e chamei meu melhor sentido; a Intuição.
Ela explicou assim:
“O corte eu mesma fiz, ele era o passaporte...”.
O sangue que veio primeiro foi seu sangue saudável, porém já corrompido pelas células negras, implantadas em você por “algo desconhecido”
As células estavam pelo corpo todo, quando as obriguei a entrar na corrente sangüínea, se sentiram ultrajadas, mas foram sem muita luta, eram aquelas mais fracas.
As que estavam em sua mente e em seu coração, estavam em total apego, gritavam desesperadas , tive que arranca-las à faca, fugiram todas decepadas por suas veias,
e estão agora, do lado de lá.”
A intuição foi até a geladeira e me trouxe um suco de laranja.
Beba isso todos os dias, um novo sangue está brotando.
Olhei para meu corte: coagulando...
2 comentários:
você é loucaaa b..sai cada coisa dessa loucura...coagula..
Meu amor, isso é uma obra, uma viagem, e olha, sem LSD!! rs...
Um dos meus favoritos!
Você não sabe brincar quando escreve né??!!! Leva a sério mesmo!! rs... Espero que não se corte tantas vezes... E espero que a Nasa não sequestre vc pra analizar esse cérebro... Que medo!!
Postar um comentário